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24 de ago. de 2012
Segundo consultoria, para 45% dos homens e 40% das mulheres, um imóvel novo,é o principal desejo de consumo.
A chamada classe C, que emergiu no Brasil nos últimos anos, está amadurecendo. É o que revela uma pesquisa feita pela consultoria especializada no varejo GS&MD – Gouvêa de Souza, com 360 consumidores de São Paulo, que migraram de classe social.
O que fica claro no estudo, chamado de “O consumidor mais por menos redefine o varejo”, é que essa massa gigante da população já consumiu os produtos e serviços que sempre quis. Agora ela quer qualidade de vida. E a casa passa a ser o centro das atenções.
Segundo a consultoria, para 45% dos homens e 40% das mulheres, um imóvel novo, maior ou melhor localizado, é o principal desejo de consumo atualmente.
“O consumidor, não necessariamente, quer comprar o primeiro imóvel. Ele quer viver melhor. A casa é o epicentro da vida, do lazer. Segunda a pesquisa, em primeiro lugar o consumidor quer passar o tempo com a família em casa. Em segundo, quer assistir a filmes em casa e só depois sair com amigos. Isso é um investimento diferente e mostra a maturidade do consumidor emergente”, diz o economista Luiz Góes, responsável pela pesquisa e sócio sênior da consultoria GS&MD.
Na lista de desejos da classe C apontados pela pesquisa, o carro vem em segundo lugar e em terceiro, a educação, que passa a ser um item importante para acompanhar essa mudança de status social. Mesmo querendo mais, o consumidor não quer abrir mão de pagar menos.
“Este é um aspecto importante. Esse consumidor traz a herança do preço baixo, ele cresceu no contexto da contenção, do ‘agora não dá, vamos esperar um tempo’. O fato de estar ganhando um pouco mais não significa que ele vá deixar de fazer uma avaliação de custo benefício do que deseja”, ressalta Luiz Goes.
Do outro lado da história estão o varejo e a indústria. Durante anos eles tiveram o poder de indução ao consumo, escolhendo o que era melhor para o consumidor. Agora, terão que se adaptar a uma nova realidade.
“O consumidor está induzindo o varejo, não é mais ‘do jeito que querem me vender e sim como eu quero comprar’. Isso já aconteceu em muitos países e está acontecendo aqui agora. Com a indústria a mesma coisa. Depois de muito tempo passou a se preocupar com o que o consumidor pensava de seu produto. Esse processo ainda caminha devagar . Mas como a classe emergente tem o poder do consumo, ela vai ter que ser ouvida”, conclui o economista da Gouvêa de Souza
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