Elementos mais empregados no processo construtivo brasileiro, as paredes de alvenaria respondem por expressiva parcela do desempenho do edifício, uma vez que predominam na envoltória exterior. Por sua vez, os blocos ocupam cerca de 90% do volume da alvenaria, sendo em última instância os principais responsáveis pela resistência mecânica, vida útil, durabilidade e isolamento termoacústico das paredes. Em especial, os blocos de concreto, quando produzidos em instalações industriais adequadas e atendendo as especificações da normalização técnica, buscam garantir os requisitos de desempenho que promoverão a habitabilidade, a segurança e a sustentabilidade exigidas pelas edificações. Associados à racionalização das vedações verticais, podem ser um elemento diferencial na estratégia das empresas, constituindo-se numa vantagem para se alcançar o sucesso.
Casos recentes de implantação da tecnologia construtiva da alvenaria de vedação racionalizada tem despertado o interesse no uso dos blocos de concreto pelas empresas construtoras, notadamente em função dos resultados obtidos (perdas média de 2%, consumo de argamassa de assentamento entre 15 e 18Kg/m2), quando comparados com a tradicional alvenaria de vedação com tijolos cerâmicos (perdas média de 17% e consumo de argamassa de assentamento entre 25 e 35Kg/m2).
Para se alcançar o êxito na implantação da tecnologia da alvenaria de vedação racionalizada, as seguintes ações são recomendadas:
Ação 1 - seleção da obra e dos parceiros: definição de obra pela construtora, juntamente com os potenciais parceiros da iniciativa (projetista/ consultor de alvenaria e fornecedor do bloco de concreto). Essa ação tem origem no desejo da empresa construtora em atingir um patamar mais elevado de organização, aplicando as diretrizes de racionalização construtiva à alvenaria de vedação, respaldada pela necessidade de redução dos desperdícios, melhoria da qualidade e atendimento do desempenho (NBR 15575).
A família de blocos a ser adotada deve permitir o melhor aproveitamento dos componentes para a modulação da alvenaria, como por exemplo: inteiro (09x19x39cm), meio bloco (09x19x19cm), compensadores de 09 (09x19x09cm) e 04 (09x19x04cm).
Ação 2 - diagnóstico e planejamento das atividades: consiste na avaliação do grau de desenvolvimento tecnológico da empresa, definição das principais características da obra, bem como no estabelecimento de metas a serem alcançadas.
Ação 3 – coordenação de projetos e desenvolvimento do projeto para produção da alvenaria racionalizada: o desenvolvimento do projeto para produção da alvenaria serve como elemento de compatibilização dos demais projetos (arquitetura, estrutura e instalações), cujas interfaces são discutidas e solucionadas durante as reuniões de coordenação.
Ação 4 – Treinamento e monitoramento dos resultados: consiste na entrega e validação do projeto para produção da alvenaria, realização de reuniões de sensibilização (mestre e oficiais) e treinamento teórico-prático no canteiro; além da definição da metodologia de monitoramento dos indicadores de perdas de blocos e de argamassa.
A metodologia de trabalho apresentada é baseada nas experiências recentes, cuja implantação trouxe para a empresa construtora os resultados desejados, estabelecendo um novo patamar de organização e qualidade da alvenaria; além de uma referência de implantação da tecnologia para as demais construtoras e fornecedores.
“Casos recentes de implantação da tecnologia construtiva da alvenaria de vedação racionalizada tem despertado o interesse no uso dos blocos de concreto pelas empresas construtoras, notadamente em função dos resultados obtidos”
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