Setor de construção civil é o que mais contrata e o que demite em função da rotatividade das obras e de fatores como chuva e economia
O aquecimento do setor da construção civil é uma realidade em Maceió, com muitas obras em andamento. Numa volta pela cidade é possível constatar vários empreendimentos espalhados por todos os lugares: tanto na parte alta, quanto na parte baixa da capital alagoana. A prova disso são os números de contratações no setor nos últimos 12 meses: 35.541 em todo o Estado.
O crescimento do número de empregos na construção civil acompanha o aquecimento do mercado. “Nunca se viu tantas contratações como nos últimos dois anos”, revelou o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Marcos Holanda, acrescentando que o mercado está otimista.
Segundo o economista Fernando Pinheiro, os eventos esportivos que o País vai receber, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, contribuíram muito para a alta no mercado. “Até as enchentes em Alagoas e Pernambuco, assim como em todo o Nordeste, está servindo de alavancagem para a construção civil”, revelou o economista, acrescentando que programas do Governo Federal como o PAC 1, o PAC 2, e o Minha Casa, Minha Vida foram importantes para o crescimento do mercado.
“O setor vai continuar crescendo até 2025”, declarou Fernando Pinheiro, informando que se o País receber outro grande evento ou projetos do Governo essa data pode ir ainda mais adiante. “O mercado da construção civil é uma influência muito grande para a economia nacional”, enfatizou Marcos Holanda.
Para o economista, mesmo com a alta no setor, faltam profissionais para trabalhar. “Você procura um pedreiro, servente ou carpinteiro e não encontra com facilidade”, ressaltou Pinheiro. Para ele, o que falta é mão-de-obra qualificada, pois o mercado está cada vez mais exigente, não só na construção civil mas em todos os setores. “Cabe o mercado buscar mais tecnologia para não ficar tão dependente da mão-de-obra”, enfatizou o economista.
DEMISSÕES
Um dos setores que mais emprega é também o que mais demite funcionários. Das 35.541 admissões, 33.854 foram desligados do setor da construção civil no período de 12 meses. De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, apenas 1.687 trabalhadores da construção civil permaneceram no mercado no período de um ano.
“É um processo natural”, informou Marcos Holanda. De acordo com ele, o término das obras contribui para as demissões.
Muitos trabalhos são temporários e quem dá mais, leva. “No período da safra da cana-de-açúcar, quando acontece a oferta, há uma migração de alguns trabalhadores da construção civil para o setor açucareiro: eles saem para ganhar um salário melhor”, esclareceu o economista Fernando Pinheiro, afirmando que esse seria um dos fatores para a baixa nos empregos.
Outro fator que pode ter atrapalhado as construções e contribuído para a baixa dos empregos no setor foram as chuvas, mas, de acordo com Fernando Pinheiro, “não foi tão representativa em nossa região”.
Somente no último mês de junho o número de desligamento foi ainda maior que o de contratações, terminando o mês com saldo negativo: -1.503 empregos.
“Esse ano a incidência de chuvas não atrapalhou, mas em 2010 e 2011 o inverno atrapalhou bastante nas obras, priciplamente as privadas”, contou Marcos Holanda.
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